quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Avaliação da Greve pela Exnel


A educação pública no Brasil está sucateada, professoras/es desvalorizadas/os com salários baixos, materiais didáticos insuficientes e de baixa qualidade, alunas/os desmotivadas/os, infraestrutura inadequada e vários outros problemas que refletem a péssima qualidade da educação.
O ano começou com várias greves e mobilizações das/os professoras/es da educação básica reivindicando melhores condições de trabalho e maiores salários.
Professoras/es, técnicas/os universitárias/os também entraram em greve exigindo planos de carreira e melhores condições de trabalho. Essas greves foram em resposta ao projeto neoliberal e mercadológico das universidades, potencializado pela expansão universitária via Programa de Reestruturação da Universidade Públicas – REUNI e também por projetos estaduais similares a este que impuseram algumas metas que precarizam ainda mais o ensino, tais como: o aumento da relação aluna/o-professor/a; diversificação da modalidade de ensino inaugurando os cursos de formação acelerada; duplicação do número de acesso,porém com aumento de apenas 20% dos recursos, sendo esses subordinados aos recursos do MEC e sem garantia de fato; criação de campi sem infraestrutura adequada (há universidades com aulas em usinas de lixo) e outros problemas.
Infelizmente, o governo Dilma, diante da crise econômica,escolheu priorizar o capital financeiro em detrimento da educação, pois efetuou uma série de medidas que atestam essa fato : continuou pagando os juros da divida externa, deu isenção de impostos para grandes empresários, cortou recursos das áreas sociais(cerca de 55 bilhões), orientou o corte de ponto de grevistas, além de apresentar uma proposta rebaixada para as categorias em greve.
O ANDES-SN, sindicato nacional que representa a maioria absoluta dos docentes, recusou a proposta do governo, e ele se manteve intransigente, se opondo a negociar, levando, assim, a greve a uma duração de mais de três meses. Isso demonstra a total falta de responsabilidade com a educação superior neste país. As/os estudantes também entraram em greve reivindicando melhores condições de ensino e permanência nas universidades, como reajuste de bolsas acadêmicas e de permanência; mais restaurantes universitários; moradias; creches universitárias; conclusão de novos campi e mais investimento.
Ainda que em nível nacional as pautas da greve pouco avançaram, o governo sinalizou aumentar a verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil – PNAES e em muitas reivindicações locais em várias universidades foram alcançadas.
Apesar de alguns problemas, o Comando Nacional de Greve estudantil – CNGE  também foi um avanço em relação à organização dos estudantes, negociando as pautas com o governo, articulando com outras categorias em greve, organizando atos, etc., além de que seus delegados foram eleitos democraticamente nas assembleias.
Com o fim da greve, resta-nos o desafio de avançar ainda mais nas lutas e mobilizações para conseguir construir uma universidade pública gratuita, universal e de qualidade que esteja a serviço da emancipação dos trabalhadores e não apenas para formação de mão de obra e reserva de mercado.
Encontra-se no Senado Federal o novo Plano Nacional de Educação (PNE) que segue a lógica do REUNI, aprofundando suas metas precarizantes, além de não mudar o patamar de investimento atual. A proposta do governo e de setores governistas dentro do Movimento Estudantil é que o investimento do PNE seja de 10% do PIB para 2023, porém a greve mostrou que é necessário investir já para o próximo ano.

Executiva Nacional de Estudantes de Letras – ExNEL

domingo, 9 de setembro de 2012

Nem Márcia nem Ivan falam em nosso nome: Vamos à Luta vota nulo nesse segundo turno!

Nem Márcia nem Ivan falam em nosso nome:

Vamos à Luta vota nulo nesse segundo turno!


Nos próximos dias 11 e 12/09 ocorrerão o 2º turno das eleições para a reitoria da UnB. Concorrem duas chapas: Chapa 80 encabeçada pela ex-decana da gestão José Geraldo, Márcia Abraão e a Chapa 86 de Ivan Camargo que foi decano na gestão Lauro/Timothy.


O coletivo Vamos à Luta apresenta sua análise e o porquê votar nulo nesse segundo turno.

Com Sadi e Baiana


No 1º turno apoiamos a chapa 88 -Sadi e Baiana por representar o projeto de universidade que defendemos: a Universidade pública, democrática, gratuita, laica, de qualidade, socialmente referenciada; Por ter uma posição crítica à política do governo Lula/Dilma e ao projeto de privatização e precarização dos hospitais universitários via EBSERH. Também porque era uma das poucas chapas que construíram a greve dos professores participando ativamente do seu comando e atividades.

Nem Ivan, nem Márcia falam em nosso nome!

Neste segundo turno uma pergunta tem de ser feita: o que existe de diferença substancial nas chapas 80 e 86 que justifique um voto de confiança?
Ivan Camargo representa o fortalecimento das fundações privadas, a volta ao passado de privilégios, a elitização do conhecimento e a cobrança de taxas, além de fazer parte do que existe de mais atrasado na UnB: o grupo do ex- reitor (com "indícios" de corrupção) Timothy Muholland que foi expulso da reitoria com a ocupação de 2008.
Por outro lado, Márcia se apresenta com o perfil da novidade e dos avanços, mas a verdade é que nos últimos 4 anos da gestão o que vimos foi um descaso com a assistência estudantil, o não cumprimento da promessa do Congresso Estatuinte e a prontidão em apoiar e aprovar qualquer projeto do governo para a UnB, como o novo ENEM e Empresas Hospitalares. Sua candidatura é representante do governo Dilma, o mesmo governo que precarizou as universidades via REUNI- o carro chefe de sua campanha.
Essa candidatura esteve ausente da greve nacional dos docentes, o maior processo de luta em defesa da universidade pública e mesmo diante da direção golpista da ADunB essa candidata não compareceu sequer a uma assembleia para defender a categoria, mostrando que não é uma candidatura alinhada com os movimentos da Universidade.

Posições semelhantes em temas fundamentais:

Ambos defendem o modelo das fundações privadas para a UnB. Apoiaram o recredenciamento da FAHUB e FINATEC e revindicam o fortalecimento destas. Apoiaram a implementação da EBSERH Sobre os cursos pagos nenhum dos candidatos propõem o fim desse mercado paralelo na universidade. Nem pelo menos um plebiscito, como já aconteceu na UFF para consultar a comunidade, consta em suas propostas. Estes pontos demostram vários momentos onde o presente e o passado conciliaram.

A grande "diferença": Quem melhor gerencia a crise da universidade.

Mas existe sim uma grande diferença: quem melhor vai gerenciar a comunicação, os cortes de verbas, a pesquisa, o ensino e a extensão. Os candidatos fazem um grande esforço para mostrar quem possui a maior capacidade técnica e gerencial, cada um apresentando os seus currículos e suas proezas como ex-decanos. Ivan e a cobrança de taxas de formatura. Márcia e os estudantes SEM CAMPUS da Ceilândia.


Mobilizar a UnB para não deixar o passado voltar e o presente continuar!

Diante de duas candidaturas, que não apresentam diferenças substanciais, temos que fortalecer e dar continuidade a histórica mobilização de todos os segmentos da universidade que combateu fortemente a precarização, a privatização e a desvalorização da educação. Não podemos conceder um voto de confiança em nenhuma candidatura porque ganhe uma ou outra o projeto de UnB, de laboratório das políticas de precarização do governo Dilma, continuará prevalecendo em detrimento da assistência estudantil, do fim dos cursos pagos e das fundações privadas, por mais verbas e pela autonomia universitária.
Temos que continuar com as mobilizações na UnB, pois a política econômica do governo Dilma continuará trazendo problemas para a universidade e exigirá o fortalecimento do movimento estudantil e sindical para derrotar o projeto do governo para e educação e os seus representantes na reitoria, seja Ivan Camargo ou Márcia Abraão.