Carta Nacional aos/às
Estudantes em Greve
As Universidades brasileiras vivenciam um
momento histórico. Em todos os cantos do país professoras/es se levantam contra
as péssimas condições de trabalho e na defesa da reestruturação da carreira
através de um poderoso e legítimo movimento de greve. Este sentimento de
indignação diante do descaso em que vivem as universidades brasileiras também
contagiou estudantes. Em várias partes do país, as assembleias estudantis têm
sido massificadas, tirando não só o total e irrestrito apoio à pauta da greve
das/os professoras/es, mas também deflagrando a GREVE ESTUDANTIL.
O processo de
precarização da universidade vem se aprofundando ao longo de sua história,
devido à má gestão, descaso e falta de financiamento público. Nos últimos 5
anos as universidades federais passaram por um processo de expansão via REUNI.
Por um lado, a expansão das universidades é uma bandeira histórica do movimento
estudantil, por outro lado, com o REUNI as contradições da universidade foram
potencializadas: falta assistência estudantil (bolsas, restaurantes
universitários, moradias, creches universitárias), professores/as efetivos/as,
estrutura física e novos prédios, segurança nos campi e etc. Para as/os
trabalhadores/as das universidades, muita sobrecarga de trabalho, com salas de
aula superlotadas, professor/a efetivo/a contratado/a como temporário/a,
escassez das bolsas de pesquisa e extensão, aumento médio de até 40% do número
de horas-aula, a falta de plano de carreira digno.
Houve expansão
de acesso, mas como fica a permanência? Assistência de verdade não é caridade.
Porém, como garantir assistência de qualidade sem verbas suficientes? Queremos
10% do PIB para a educação! E, ainda, como garantir bom uso dos recursos sem
democracia nas decisões? Queremos paridade!
Diante do
cenário das mobilizações locais, um desafio para o movimento estudantil
combativo está colocado: a nacionalização das pautas transversais a todas as
Greves Estudantis. Já que estudamos em Universidades Federais, acreditamos que
a unidade nacional entre as/os estudantes em Greve (ou em outro estágio de
mobilização) deverá fortalecer as reivindicações que possuem como centro o
Governo Federal e sua política educacional. Não basta nos debatermos com nossas
Reitorias, temos que fazer isso e ir além: identificar a causa comum de nossas
lutas locais e combate-la com firmeza.
Para tanto, o
Comando de Greve Estudantil da UnB convoca as/os estudantes de todas as
Universidades brasileiras em Greve e em pé de luta para que possamos construir
um Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE). Esta é uma oportunidade ímpar
para a reorganização nacional das/dos estudantes de forma autônoma ao Governo.
Por isso insistimos que todos os Comandos Locais de Greve Estudantil possam se
organizar e enviar suas delegações junto às caravanas que protagonizarão no dia
5 de Junho um Ato Nacional dos Servidores Públicos Federais em Brasília.
Devemos,
portanto, organizar e discutir esta proposta em nossas bases locais, unificar
nacionalmente as nossas pautas – como assistência estudantil, financiamento
público da educação e democracia –, incorporar um permanente diálogo com CNG da
ANDES-SN e partir para a batalha. O próximo dia 05 será um dia essencial para
essa luta, onde estarão presentes as/os servidores/as públicos/as federais,
entre eles/as colegas professores/as em greve e técnico-administrativos/as. E
as/os estudantes grevistas também devem se fazer presentes.
Pela Construção de um Comando
Nacional de Greve Estudantil
Brasília, 31 de Maio de 2012
Comando de Greve Estudantil da UnB
greve.estudantil.unb@gmail.com
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