segunda-feira, 4 de junho de 2012

Chamado à construção do Comando Nacional de Greve Estudanti

Carta Nacional aos/às Estudantes em Greve

 As Universidades brasileiras vivenciam um momento histórico. Em todos os cantos do país professoras/es se levantam contra as péssimas condições de trabalho e na defesa da reestruturação da carreira através de um poderoso e legítimo movimento de greve. Este sentimento de indignação diante do descaso em que vivem as universidades brasileiras também contagiou estudantes. Em várias partes do país, as assembleias estudantis têm sido massificadas, tirando não só o total e irrestrito apoio à pauta da greve das/os professoras/es, mas também deflagrando a GREVE ESTUDANTIL.

O processo de precarização da universidade vem se aprofundando ao longo de sua história, devido à má gestão, descaso e falta de financiamento público. Nos últimos 5 anos as universidades federais passaram por um processo de expansão via REUNI. Por um lado, a expansão das universidades é uma bandeira histórica do movimento estudantil, por outro lado, com o REUNI as contradições da universidade foram potencializadas: falta assistência estudantil (bolsas, restaurantes universitários, moradias, creches universitárias), professores/as efetivos/as, estrutura física e novos prédios, segurança nos campi e etc. Para as/os trabalhadores/as das universidades, muita sobrecarga de trabalho, com salas de aula superlotadas, professor/a efetivo/a contratado/a como temporário/a, escassez das bolsas de pesquisa e extensão, aumento médio de até 40% do número de horas-aula, a falta de plano de carreira digno.

Houve expansão de acesso, mas como fica a permanência? Assistência de verdade não é caridade. Porém, como garantir assistência de qualidade sem verbas suficientes? Queremos 10% do PIB para a educação! E, ainda, como garantir bom uso dos recursos sem democracia nas decisões? Queremos paridade!
Diante do cenário das mobilizações locais, um desafio para o movimento estudantil combativo está colocado: a nacionalização das pautas transversais a todas as Greves Estudantis. Já que estudamos em Universidades Federais, acreditamos que a unidade nacional entre as/os estudantes em Greve (ou em outro estágio de mobilização) deverá fortalecer as reivindicações que possuem como centro o Governo Federal e sua política educacional. Não basta nos debatermos com nossas Reitorias, temos que fazer isso e ir além: identificar a causa comum de nossas lutas locais e combate-la com firmeza.

Para tanto, o Comando de Greve Estudantil da UnB convoca as/os estudantes de todas as Universidades brasileiras em Greve e em pé de luta para que possamos construir um Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE). Esta é uma oportunidade ímpar para a reorganização nacional das/dos estudantes de forma autônoma ao Governo. Por isso insistimos que todos os Comandos Locais de Greve Estudantil possam se organizar e enviar suas delegações junto às caravanas que protagonizarão no dia 5 de Junho um Ato Nacional dos Servidores Públicos Federais em Brasília.

Devemos, portanto, organizar e discutir esta proposta em nossas bases locais, unificar nacionalmente as nossas pautas – como assistência estudantil, financiamento público da educação e democracia –, incorporar um permanente diálogo com CNG da ANDES-SN e partir para a batalha. O próximo dia 05 será um dia essencial para essa luta, onde estarão presentes as/os servidores/as públicos/as federais, entre eles/as colegas professores/as em greve e técnico-administrativos/as. E as/os estudantes grevistas também devem se fazer presentes.

Pela Construção de um Comando Nacional de Greve Estudantil
 
Brasília, 31 de Maio de 2012
Comando de Greve Estudantil da UnB
greve.estudantil.unb@gmail.com

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