Coletivo
Vamos à Luta com a Chapa 88:
Para
não deixar o passado voltar e nem o presente continuar!
Certamente o ano de 2012 ficará marcado na história da educação brasileira.
Estamos diante da maior greve na educação pública superior em resposta a
décadas de sucateamento. Esse quadro se agrava ainda mais nestes dois anos de
governo Dilma, onde em resposta à crise econômica, a presidenta tomou a opção
de seguir pagando fielmente a dívida pública, deu isenção de impostos para os
empresários e por outro lado cortou mais de 5 bilhões no orçamento da educação
e orienta o corte de ponto das categorias grevistas.
Na Universidade de Brasília é bastante evidente o descaso com a educação. Basta
andar pela universidade para perceber o sucateamento potencializado por um
processo de expansão precário, via Reuni, que não democratizou o acesso à
universidade e expandiu os problemas existentes, como a falta de estrutura de
várias unidades acadêmicas, os novos campi, a iluminação insuficiente, salas e
laboratórios insalubres, R.U. que não atende mais a demanda da UnB, dentre
outros.
A assistência estudantil também é completamente insuficiente porque não atende
toda a demanda e tampouco as necessidades dos/as estudantes baixa-renda e tem
como objetivo não a permanência, mas suprir o déficit de profissionais (pela
falta de concursos públicos) que existe na universidade, como é o caso da bolsa
permanência com contrapartida trabalhista.
Os últimos anos tiveram uma importância política fundamental para a
Universidade. Há quatro anos, a UnB esteve pautada nacionalmente em um
escândalo de corrupção. Este esquema tinha como protagonistas a fundação
privada FINATEC e o então reitor Timothy. O movimento estudantil deu a resposta
correta: ocupou a reitoria até que o reitor e toda aquela gestão caísse. A
partir dessa ocupação se abriu um novo processo de avanços democráticos na
Universidade. Uma consequência direta da ocupação foi a paridade nas eleições
da reitoria naquele ano. Nestas eleições houve uma participação massiva
estudantil que levou a chapa encabeçada por Zé Geraldo a vitória. Passados
quatro anos desta gestão, muitas expectativas de avanços no campo democrático
foram frustradas. A grande promessa de se construir um Congresso Estatuínte
paritário na UnB só ficou no discurso.
Além disso, para nós do Vamos à Luta, essa foi uma gestão com problemas
por ter compactuado com a direita tradicional da Universidade (hoje
representadas nas chapas 83, 85 e 86) em relação ao recredenciamento das
fundações privadas. Esses grupos representam o passado da universidade onde a
corrupção e a elitização do conhecimento são os carro – chefes destes grupos.
Não concordamos com a aplicação na UnB da política do governo Lula/Dilma
para a educação superior como a abertura e expansão de cursos via Reuni
sem garantia de estrutura adequada e projeto político-pedagógico que de
fato garantam a uma educação de qualidade. Também em relação ao projeto do
governo Dilma de privatização e precarização do trabalho via EBSERH. Estes
foram pontos onde a reitoria (hoje dividida nas chapas, 80, 82, 84 e 87)
implementou a política do Governo Federal e que não houve polarização com os
grupos da direita tradicional.
Diante
disso declaramos nosso apoio a Chapa 88 - Sadi reitor e Baiana vice - que mais
se aproxima do projeto de universidade que defendemos: a Universidade pública,
democrática, gratuita, laica, de qualidade, socialmente referendada e que
esteja a serviço do povo.
Por
fim, não poderíamos deixar de expressar o nosso repúdio a postura da atual
direção da Adunb de entrar na Justiça contra a paridade para as eleições para
reitor. Não é a primeira vez que essa diretoria ataca a democracia da
Universidade. A forma com que essa diretoria tenta (sem sucesso)
desmontar a greve através de urnas, secundarizando o debate político é um
outro exemplo. Defendemos incondicionalmente a democracia.
Por isso, estamos
com Sadi e Baiana - chapa 88!
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