Nota do Coletivo Mobiliza UnB sobre a greve
As
greves tomaram conta do país e acada dia vemos mais e mais
categorias entrando em greve, seja do serviço público federal,
estadual e mesmo na iniciativa privada. Na educação, a greve
nacional dos três segmentos dura mais de 3 meses e não é a toa que
hoje 52 das 59 universidades do país estão paradas e tantos outros
milhares de trabalhadores em greve. O que antes Lula classificou de
"marolinha" se referindo à crise econômica, chegou com
força no Brasil. Diante desse cenário, a opção do governo Dilma
(PT/PMDB) é a de não atender as pautas reivindicadas e na educação,
além de não apresentar uma proposta decente para a reestruturação
de carreira para os/as professores/as e uma proposta extremamente
rebaixada para os/as técnicos/as e não apresenta nada de concreto
para os/as estudantes.
Para
quem vivencia o cotidiano da UnB sabe muito bem o quanto a
Universidade sofre com a falta de estrutura, de investimentos, de um
R.U. que funcione e contemple a atual demanda, uma assistência
estudantil que sirva para garantir que estudantes permaneçam na
universidade e que não tenham que abandonar seus cursos por não
consegui se sustentar, mais uma outra infinidade de problemas que
podemos apontar. Os problemas somente se agravaram com o programa do
governo federal, Reuni, que expande as vagas e intensifica o trabalho
e a jornada das/dos docentes e técnicos administrativas/os. Tudo
isso sem garantir investimentos proporcionais e sem reconhecer a
necessária valorização do emprego dos que trabalham na educação.
Dessa forma, fica evidente que o objetivo das políticas educacionais
do governo não caminha rumo a democratização das universidades.
Na
UnB a Greve terminou por que a proposta é muito boa, ou por motivos
eleitoreiros?
Em
um momento em que o governo apresentou uma proposta que o sindicato
nacional, Andes, rejeita e várias universidades seguiram a
orientação de rejeitar a proposta, a UnB toma um caminho contrário.
De um dia para o outro, a direção da Adunb chamou uma assembleia
"extraordinária" para discutir exclusivamente o calendário
das eleições para a reitoria que acontecerão nos dias 22 e 23
deste mês. Como toda assembleia com o caráter "extraordinário",
somente é discutido aquela pauta previamente divulgada. Não foi o
caso dessa assembleia. Quando a direção da Adunb percebeu que havia
uma maioria de professores contrários à greve, incluíram este
ponto como pauta no meio da assembleia e por uma diferença de apenas
15 votos, foi decidido o fim imediato da greve.
O
questionamento que devemos fazer é: A quem interessaria o final da
greve neste momento? Com a eleição para a reitoria nos próximos
dias, fica óbvio que a eleição não está descolada do fim desta
greve. A base que compõe principalmente a chapa de Ivan Camargo,
chapa 86, estava em peso nesta assembleia para votar o fim da greve.
Rechaçamos o modo com que a diretoria da Adunb conduziu a
assembleia, terminando uma greve sem o interesse em conquistar as
pautas, mas sim de colocar os timothystas de volta na reitoria da
UnB. A reunião do Comando Local de Greve desta segunda-feira, na
qual 374 professores assinaram a autoconvocação de uma assembleia
docente, deixou clara a insatisfação das categorias em greve em
relação ao grupo que dirige a Adunb, grupo que orquestrou a manobra
para acabar com a greve de forma antidemocrática e leviana e que
tentou, fracassadamente, derrubar uma conquista de toda a comunidade
universitária: As eleições paritárias para a reitoria da
universidade. Entendemos que a postura que várias e vários docentes
adotaram, de iniciar um processo de destituição da atual diretoria,
reflete essa insatisfação generalizada.
Fortalecer
a Greve, a Luta é Agora!
Diante
de um cenário em que a universidade está claramente polarizada em
dois lados (aqueles que lutam na defesa por uma universidade pública
e de qualidade e aqueles que estão interessados em que a máfia de
Timothy volte a comandar a UnB) devemos fortalecer a greve, a luta
por uma UnB plenamente democrática e por uma educação pública de
qualidade, nos somando ao calendário de mobilização.
*Compõem
o Mobiliza UnB estudantes de vários cursos, assim como coletivos
nacionais como o Vamos à Luta, a UJC e o coletivo Juntos
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