segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nota do Coletivo Mobiliza UnB sobre a Greve

Nota do Coletivo Mobiliza UnB sobre a greve
As greves tomaram conta do país e acada dia vemos mais e mais categorias entrando em greve, seja do serviço público federal, estadual e mesmo na iniciativa privada. Na educação, a greve nacional dos três segmentos dura mais de 3 meses e não é a toa que hoje 52 das 59 universidades do país estão paradas e tantos outros milhares de trabalhadores em greve. O que antes Lula classificou de "marolinha" se referindo à crise econômica, chegou com força no Brasil. Diante desse cenário, a opção do governo Dilma (PT/PMDB) é a de não atender as pautas reivindicadas e na educação, além de não apresentar uma proposta decente para a reestruturação de carreira para os/as professores/as e uma proposta extremamente rebaixada para os/as técnicos/as e não apresenta nada de concreto para os/as estudantes.
Para quem vivencia o cotidiano da UnB sabe muito bem o quanto a Universidade sofre com a falta de estrutura, de investimentos, de um R.U. que funcione e contemple a atual demanda, uma assistência estudantil que sirva para garantir que estudantes permaneçam na universidade e que não tenham que abandonar seus cursos por não consegui se sustentar, mais uma outra infinidade de problemas que podemos apontar. Os problemas somente se agravaram com o programa do governo federal, Reuni, que expande as vagas e intensifica o trabalho e a jornada das/dos docentes e técnicos administrativas/os. Tudo isso sem garantir investimentos proporcionais e sem reconhecer a necessária valorização do emprego dos que trabalham na educação. Dessa forma, fica evidente que o objetivo das políticas educacionais do governo não caminha rumo a democratização das universidades.
Na UnB a Greve terminou por que a proposta é muito boa, ou por motivos eleitoreiros?
Em um momento em que o governo apresentou uma proposta que o sindicato nacional, Andes, rejeita e várias universidades seguiram a orientação de rejeitar a proposta, a UnB toma um caminho contrário. De um dia para o outro, a direção da Adunb chamou uma assembleia "extraordinária" para discutir exclusivamente o calendário das eleições para a reitoria que acontecerão nos dias 22 e 23 deste mês. Como toda assembleia com o caráter "extraordinário", somente é discutido aquela pauta previamente divulgada. Não foi o caso dessa assembleia. Quando a direção da Adunb percebeu que havia uma maioria de professores contrários à greve, incluíram este ponto como pauta no meio da assembleia e por uma diferença de apenas 15 votos, foi decidido o fim imediato da greve.
O questionamento que devemos fazer é: A quem interessaria o final da greve neste momento? Com a eleição para a reitoria nos próximos dias, fica óbvio que a eleição não está descolada do fim desta greve. A base que compõe principalmente a chapa de Ivan Camargo, chapa 86, estava em peso nesta assembleia para votar o fim da greve. Rechaçamos o modo com que a diretoria da Adunb conduziu a assembleia, terminando uma greve sem o interesse em conquistar as pautas, mas sim de colocar os timothystas de volta na reitoria da UnB. A reunião do Comando Local de Greve desta segunda-feira, na qual 374 professores assinaram a autoconvocação de uma assembleia docente, deixou clara a insatisfação das categorias em greve em relação ao grupo que dirige a Adunb, grupo que orquestrou a manobra para acabar com a greve de forma antidemocrática e leviana e que tentou, fracassadamente, derrubar uma conquista de toda a comunidade universitária: As eleições paritárias para a reitoria da universidade. Entendemos que a postura que várias e vários docentes adotaram, de iniciar um processo de destituição da atual diretoria, reflete essa insatisfação generalizada.


Fortalecer a Greve, a Luta é Agora!


Diante de um cenário em que a universidade está claramente polarizada em dois lados (aqueles que lutam na defesa por uma universidade pública e de qualidade e aqueles que estão interessados em que a máfia de Timothy volte a comandar a UnB) devemos fortalecer a greve, a luta por uma UnB plenamente democrática e por uma educação pública de qualidade, nos somando ao calendário de mobilização.

*Compõem o Mobiliza UnB estudantes de vários cursos, assim como coletivos nacionais como o Vamos à Luta, a UJC e o coletivo Juntos

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