quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Eleição do DCE - UnB: uma reflexão necessária

 
Eleição do DCE - UnB: uma reflexão necessária
 

A Universidade de Brasília vivencia um novo cenário. Vimos nesses últimos tempos a Adunb ser dirigida pelo grupo golpista próximo ao Proifes, o grupo do ex-reitor corrupto e privatista, Timothy Muholland, retornar à reitoria com o apoio da Aliança pela Liberdade, organização da juventude conservadora, anti-cotas, anti-paridade, e anti-greve que hoje está no DCE da UnB.
 
Ao mesmo tempo em que as forças reacionárias na UnB ganham aparatos, é inegável o processo de ascenso das lutas que a juventude e a classe trabalhadora têm protagonizado. Em 2011, estudantes ocuparam reitorias em diversas universidades (incluindo a UnB) por melhores condições de ensino, enquanto técnicos-administrativos construíram uma grande greve. Este ano, foi definitivamente marcado pela heroica greve das federais, onde professores/as, estudantes e técnicos/as pararam as universidades contra os ajustes do governo  Dilma (PT/PMDB), em defesa da educação.
 
Quem deveria nos representar, o DCE na UnB e nacionalmente a direção majoritaria da UNE , nada fizeram e fecharam os olhos diante das mobilizações. Por fora das entidades, estudantes de forma independente organizaram assembleias e se somaram à luta, pois a política de precarização e sucateamento da educação deste governo é sentida por qualquer estudante, nos quatro cantos do país.

A eleição do DCE aconteceu logo após este processo. Foram inscritas seis chapas, onde haviam três campos políticos definidos: a direita tradicional, o governo e a oposição de esquerda ao governo. Construímos a chapa 6 "Nada é Impossível de Mudar", juntamente com outras forças da esquerda, partindo da compreensão que era essa a chapa onde não havia nenhum tipo de relação com grupos ligados nem à reitoria de Ivan Camargo e nem ao governo federal e, assim, capaz de responder às demandas sentidas hoje pelo conjunto da universidade.

Nesta eleição, a Aliança pela Liberdade melhorou sua campanha, se reelegendo por uma diferença de votos maior em relação as eleições passadas. Este grupo encontrou espaço político na UnB antes mesmo de disputar o DCE utilizando dos mesmos argumentos que em 2009 foram usados pela chapa ganhadora a chapa "Pra Fazer Diferente" (AE/PT, B&D) o discurso da "nova" forma de fazer política, reproduzindo a rejeição à organização partidária e o discurso da não politização da entidade, ou seja, o DCE não deveria se posicionar sobre questões externas à UnB. Hoje este mesmo discurso é reproduzido pela Aliança pela Liberdade, apesar de receberem apoios externos à UnB, como o apoio da Revista Veja, partidos de direita como o ARENA (partido da ditadura militar que está se reestruturando).
 
A chapa que ficou em segundo lugar "As Honestinas" teve um resultado eleitoral não proporcional ao volume e ao nível de profissionalização de sua campanha, e portanto, não ameaçou a vitória da Aliança. O conteúdo apresentado por esta chapa elaborou propostas bem apresentadas, porém não refletiu as lutas protagonizadas pela juventude no último período e foi insuficiente para responder às necessidades reais vivenciadas no cotidiano universitário, como as filas do R.U., transporte, assistência estudantil, falta de estrutura, entre outros. As chapas 3 e 4 não tinham capacidade de apresentar também um conteúdo que refletisse as mobilizações, pela falta de independência política ao governo federal que no ultimo período cortou mais de 5 bi da educação e vem precarizando ainda mais as universidades por meio de programas como o REUNI.

Acreditamos que somente será possível tirar esse grupo elitista do DCE se apostarmos no sentimento de mudança e luta da juventude. A greve das federais impôs uma grande derrota à Aliança pela Liberdade. Perderam em uma das maiores assembleias estudantis da história da UnB, no CEB e até mesmo na enquete na internet, onde mais 60% votaram pela continuidade da greve estudantil, contra o posicionamento do DCE. Portanto, não basta somente uma estética bem construída, pois foi na mobilização que a Aliança pela Liberdade ficou sem espaço.

Diante de um cenário de ataques do governo e de um DCE sem independência da reitoria, fazemos o chamado a todos/as estudantes para construirmos uma coerente e propositiva oposição a Aliança pela Liberdade que englobe as lutas dos/as estudantes, beneficiários da assistência estudantil, LGBT´s, cotistas, etc e todas/os aqueles/as que lutam por uma universidade publica, gratuita, de qualidade a serviço dos trabalhadores.

Vamos à Luta!

Contatos:
 
8212 9948
8169 4477

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